Quem pode afirmar com segurança que é fiel à sua essência, sua natureza; que é dono de seus sonhos, de seus ideais e objetivos?
Quem se sente confiante em dizer “sei quem sou”?
Aprendemos muitas coisas de nossas famílias, da escola e da sociedade em geral.
Aprendemos a nos comportar de determinada maneira, a falar de tal modo, ser produtivos e aspirar por certos objetivos. E, em geral, passamos a vida perseguindo metas que não nascem em nossos corações, buscando ser alguém que não somos para nos encaixar em um modelo de vida que não contempla nossos desejos mais profundos.
Compramos conceitos e nos adequamos a eles.
Até que chega um dia em que nos sentimos apertados dentro das estruturas que construímos. Nos sentimos desencaixados, perdidos, limitados, frustrados. E por quê?
Porque não nos realizamos pessoalmente. Porque buscamos fora o que só se encontra dentro, e deixamos de ser coerentes com a verdade interior. Algumas vezes, percebemos claramente a incoerência e sabemos pontualmente o que mudar; noutras, simplesmente sentimos um desconforto e insatisfação generalizados, como se toda nossa vida fosse uma mentira mal contada, com as pernas curtas e cansadas.
Isso é ótimo.
Essa é a primeira vitória na batalha pela reconquista do território interior.
A jornada de volta pra casa só começa quando desistimos de fugir.
Daqui pra frente, muros e castelos serão derrubados, abrindo espaço para o crescimento.
Dos escombros, edificaremos novas estruturas - provisórias - que nos caibam melhor.
E resgataremos a confiança de desmanchar o velho, sempre que necessário, para levantar o novo, pois sabemos que Ser-Se é uma obra em permanente criação, continuamente, até o fim.
Comments